ESPECIAL FISL17 – Segundo dia

Saudações leitores, seguindo a nossa sequencia de posts especiais do FISL17 o dia começou não muito bem, com a expositora da primeira palestra faltando e deixando uma turma que esperava ouvir o tema “do protótipo ao negócio”. Já que não rolou a primeira palestra então procurei outro tema que não estava levando muita fé mas até que foi legal, uma narrativa sobre uma empresa que transformou o Redmine que é um gerenciador de projetos por natureza em um gerenciador do processos apenas utilizando plugins nativos sem alterar o core da aplicação. Utilizando um plugin foi possível inclusive realizar a integração com o Activiti BPMS, sendo assim possível desenhar os fluxos dos processos na ferramento de BPM e exportar para o Redmine. Realmente fiquei muito impressionado com todo o potencial do Redmine e a sua capacidade de se adaptar.

Na sequencia ouvi a palestra sobre o tema “social good hack” e foi muito interessante, ainda mais que estou envolvido com o projeto da oficina.social, pois tratou de um relato do projeto Ousee que visa aproximar jovens de comunidades carentes do aprendizado de TI por meio de e-learning através de ferramentas e técnicas de ponta. O grupo do projeto teve que trabalhar muito e buscar ajuda de empresas como o SEBRAE/SC para ajudar a formatar o modelo de negócio e assim desenvolver a solução, mas para isso tiveram que aprender a conhecer a o problema que haviam proposto a resolver, pensar primeiramente nele, entendê-lo nas suas minucias ao invés de iniciarem pensando na solução como se estivessem “contornando” o problema. Eles criaram uma metodologia baseada em “experience learning”, Monomito e ensino hibrido (real e virtual). Como arranjo tecnológico eles utilizaram o Konviva, uma ferramenta de EAD mas com um formato diferenciado do moodle, ela é paga mas propicia aos jovens do projeto uma experiência única no aprendizado, ainda dentro das ferramentas ele utilizam o whatsapp para conectar os empresários e acadêmicos voluntários com os jovens como uma forma de “conexão social” . A grande sacada do pessoal do projeto foi adaptar uma tecnologia para um contexto social para o qual ela não foi pensada.

A próxima palestra foi sobre educação e software livre, e para mim fui muito ruim, não importa o quanto o expositor é uma pessoa influente no meio SL, ele foi muito chato ao contar uma estória ridícula dos “três porquinhos e o lobo programador” que só ocupou um enorme tempo da palestra e também parou várias vezes a palestra para fazer críticas aos softwares proprietários. Quando ele focava no tema central da palestra a exposição se tornava interessante, como debater o quanto as escolas estão atrasadas tecnologicamente no Brasil, principalmente os professores e este quadro influencia nos Projetos Pedagógicos que acabam por não prezar o uso de tecnologia. Os governos falharam na grande maioria dos projetos de base tecnológica para as escolas, e os poucos que foram implantados chegaram defasados ou com uma infraestrutura incompleta ou insuficiente. A prova do descaso do MEC com a educação está no Plano Nacional de Educação que não contempla em seu texto nenhuma referência ao uso de tecnologias na educação. Entre as soluções propostas pelo palestrante e o fomento nas escolas do conceito “do-it-youself” (faça-você-mesmo) para incentivar o aluno a criar seus próprios dispositivos como forma de aprendizado, também ele sugeriu a criação de hackerspaces dentro das escolas. Eu particularmente (está é a minha opinião) que substituir os empoeirados laboratórios de informática pouquíssimo utilizados nas escolas e muitas vezes defasados por hackerspaces traria um enorme ganho para as crianças e jovens e poderia contribuir com o caráter multidisciplinar da tecnologia no ambiente escolar.

A palestra seguinte foi sobre como construir uma impressora 3D e posso dizer que foi muito interessante pois trouxe de forma muito prática os conceitos de funcionamento de uma impressora 3D tanto do hardware como do software. É possível como menos de R$ 500,00 reais em peças construir uma impressora. E com o uso de software livre é possível utilizar ferramentas de CAD e fatiadores que permitem a impressão 3D.

A palestra que assisti (ou pelo menos tentei) sobre os aspectos avançados do arduino foi um desastre, os meninos que palestraram tentaram explicar o funcionamento dos TIMERs e Interrupções no arduino, mas não tinham nenhuma placa para demonstrar, infelizmente não tive como ficar até o fim pois estava me parecendo uma total perda de tempo estar ali.

A penúltima palestra do dia estava interessante e foi sobre “physical web” (internet física), demonstrou o uso do protocolo open source Eddystone que possibilita o envio de mensagens entre dispositivos com o uso de “faróis” (beacon) através do uso por exemplo do bluetooth os navegadores mais modernos e o Android a partir da versão seis já possuem suporte nativo. As tecnologias envolvidas na demonstração da palestra foram o “progressive web apps” e o web Bluetooth.

E para finalizar a última palestra foi sobre a sustentabilidade de negócios em software livre, foi boa para quem não conhecia sobre modelo de negócio e plano de negócio (e suas diferenças). A palestrante abordou a importância da pesquisa de mercado na formação do plano de negocio e trouxe muito teoria a respeito do tema.

Bem leitores, este foi mais um dia na 17ª edição do Fórum Internacional de Software Livre, espero que tenham gostado do meu relato e caso tenham ficado interessados em algum assunto é só me escrever enviando as suas dúvidas. Amanhã tem mais, até a próxima.

Siga-me no Twitter: @curioso_dgtal

Participe do nosso grupo no Google

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *